terça-feira, 22 de junho de 2021

CPI da Covid ouve Osmar Terra; saiba quem é o deputado apontado como ‘padrinho do gabinete paralelo’


Defensor da tese da imunidade de rebanho para a condução da pandemia de coronavírus, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que é médico e ex-ministro da Cidadania do governo de Jair Bolsonaro, participa nesta terça, 22, da CPI da Covid do Senado.

Ele será questionado sobre a atuação do suposto "gabinete paralelo", um grupo de pessoas com poder de influência sobre Bolsonaro que teria ajudado a definir estratégias e atitudes contestadas para o combate ao vírus no País, como a defesa de medicamentos sem eficácia para a covid-19 e a disseminação de teses como a da imunidade de rebanho e a do isolamento vertical.

A participação de Terra no "gabinete paralelo" foi trazida à CPI pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, o primeiro depoente ouvido. Ele afirmou "outras pessoas", entre elas Osmar Terra, tentavam desautorizar orientações do Ministério da Saúde a Jair Bolsonaro.

No requerimento apresentado à CPI para pedir a oitiva de Terra, os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Rogério Carvalho (PT-SE) citam declarações de Terra sobre a imunização coletiva não pela vacinação em massa da população, mas por meio da exposição do maior número possível de pessoas ao vírus.

Em outubro do ano passado, ele publicou tweets enganosos afirmando que “não há registro histórico de pandemia de um novo vírus que termina com vacina. Isso só acontece com a imunidade de rebanho”. Diferentemente do que o deputado escreveu, como apontou o Estadão Verifica, o uso da estratégia de imunidade de rebanho prevê a vacinação da população, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A imunidade provocada pela própria doença como método para conter o novo coronavírus não é endossado por cientistas.

Outra mentira citada por Terra em tweets é de que a Suécia teria alcançado a imunidade de rebanho. Em entrevista, o epidemiologista-chefe da Suécia, Anders Tegnell, negou o uso da estratégia, afirmando que “insinuar que deixamos a doença correr livre sem quaisquer medidas para tentar impedi-la não é verdade”.

(Estadão)

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