quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Roberto Jefferson rompe com Bolsonaro


Diretamente do complexo penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro, onde está preso desde agosto deste ano, o ex-deputado ferderal Roberto Jefferson disparou a metralhadora contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seu filho '01', o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). 

Em carta escrita na prisão, obtida pelo jornal "O Globo", o cacique do PTB disse que os dois políticos se viciaram em dinheiro público, supostamente influenciados por membros do centrão, como Ciro Nogueira e Valdemar da Costa Neto. 

"O presidente tentou uma convivência impossível entre o bem e o mal. Acreditou nas facilidades do dinheiro público. Esse vício é pior que o vício em êxtase. Quem faz sexo com êxtase tem o maior orgasmo ou ejaculação que o corpo humano de Deus pode proporcionar. Gozou com êxtase, para sempre dependente dele. Desfrutou do prazer decorrente do dinheiro público, ganho com facilidade, nunca mais se abdica desse gozo paroxístico que ele proporpciona. Bolsonaro cercou-se com viciados em êxtase com dinheiro público; Farias, Valdemar, Ciro Nogueira, não voltará aos trilhos da austeridade de comportamento. Quem anda com lobo, lobo vira, lobo é. Vide Flávio", afirmou Jefferson. 

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) foi poupado das críticas. Na carta, o ex-deputado diz que pretende convidar o general para compor o PTB e disputar a presidência da República contra Bolsonaro. 

“Vamos convidar o Mourão. O PTB terá candidatura própria”, disse o petebista. Jefferson, contudo, contou que não descarta apoiar o atual mandatário em um eventual segundo turno. 

"O PTB terá candidatura própria, quem sabe apoiamos o Bolsonaro no segundo turno. (...) Quem souber percorrer a terceira via, vencerá a eleição”, disse o fluminense. 

No documento, o cacique também defendeu o os atos antidemocráticos do 7 de setembro e disse que Bolsonaro "fraquejou" ao não atender às demandas dos manifestantes, que incluíam intervenção militar e fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF). 

"Todo o povo saiu às ruas para dizer, eu autorizo, não havia volta, não havia transigência com as velhas práticas. Mas por algum motivo, Bolsonaro fraquejou. Não teve como seguir. Escrevo isso insone. Não preguei meus olhos. Esse pensamento queimou minhas pestanas, não consegui fechar meus olhos e dormir. Vamos por nós mesmos" escreveu. 


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