quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Em Juazeiro do Norte - Professor de Medicina da FMJ faz comentário sobre estupro em aula virtual e pede demissão


Um comentário relacionado a estupro durante uma aula remota, realizada nesta terça-feira (29), provocou a demissão de um professor de uma faculdade de de Medicina, em Juazeiro do Norte, no interior do Ceará.


Durante uma vídeochamada, o docente fez a seguinte afirmação: “Bora lá? Bora pra acabar logo, né? É aquela coisa: se estupro é inevitável, relaxa e goza para acabar logo”. A declaração foi gravada pelos estudantes, que divulgaram um vídeo do momento em que o professor fala a frase considerada por eles polêmica.


Segundo um dos alunos que participava da aula, todos ficaram surpresos com o professor, que chegou a complementar sob risos: “Quem escutou, escutou, quem não escutou, deixa pra lá”. O caso gerou protesto dos alunos, que reprovaram a declaração do professor.


A instituição de ensino superior lamentou o ocorrido e informou que entrou em contato com alunos que para prestarem esclarecimentos sobre o ocorrido. “A faculdade lamenta o ocorrido e ressalta que atua na promoção de um ambiente acadêmico respeitoso e já entrou em contato com os alunos para prestar esclarecimentos. A direção informa que o docente não integra mais o quadro de colaboradores. A instituição permanece à disposição dos estudantes”, declarou a Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte (FMJ).


Em nota, o docente, o médico lamentou o fato e afirmou que pediu o desligamento da instituição de ensino ao ver o erro que tinha cometido. "Lamento profundamente pelo ocorrido. Utilizei uma frase extremamente infeliz. Ainda na aula percebi o erro e pedi desculpa. E entendendo a gravidade pedi demissão no dia seguinte. Aos meus alunos, à minha família, aos meus amigos e colegas de trabalho e a todos que tomaram conhecimento desse episódio, as minhas mais sinceras desculpas", disse o professor. 


O professor de Medicina fez uma reunião com os alunos após o ocorrido, se desculpou pela declaração e justificou que a frase dita era uma analogia com uma situação onde os estudantes tenham alguma “prova com muito conteúdo ou sequências de plantões”. "Peço desculpas pela forma que me expressei. Isso era uma brincadeira que a gente fazia na época da faculdade e não foi no sentido de falar em relação às mulheres, de forma alguma”, disse o professor universitário.


A Polícia Civil do Ceará informou que não foi realizado boletim de ocorrência denunciando apologia ao estupro.

(DN)

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