quarta-feira, 13 de abril de 2022

PF comete arbitrariedade invadindo condomínio de jornalista em investigação do BNB


Agentes da Polícia Federal invadiram na última segunda-feira (11), sem mandado judicial, o condomínio do jornalista Donizete Arruda em Fortaleza. Dois agentes usaram um carro descaracterizado, e cometeram um festival de arbitrariedades. Começaram a ação intimidando o porteiro de um condomínio onde Donizete não mais residia, no bairro Meireles, em Fortaleza, pressionando o funcionário a informar a nova residência.

Ainda no local, os agentes questionaram o porteiro do condomínio sobre o processo de venda e repasse do apartamento que pertenceu ao jornalista. E obrigaram a usar o interfone para saberem detalhes da negociação. O novo proprietário estava ausente.

Com a pressão e ameaça, os dois agentes conseguiram o atual endereço do profissional e se deslocaram para o segundo endereço. No local, eles continuaram a agir com truculência e ameaçaram além do porteiro, o administrador do prédio para entrar no espaço sem um mandado judicial. Como cobraram a ordem judicial, foram ameaçados de serem presos. Alegaram obstrução de justiça numa investigação ilegal.

Em seguida, um dos agentes – Felipe – subiu até o apartamento do jornalista. Dentro do elevador até a entrada do apartamento, o agente questionou os moradores sobre os veículos do jornalista e outras perguntas pessoais sobre seu patrimônio. Ao serem recebidos na porta do apartamento, exorbitaram novamente e ameaçaram familiares. A todo momento, deixava a mostra um revólver. Se recusaram a apresentar a ordem judicial. E gritaram dizendo que se continuassem não colaborando, não terminaria bem.

Minutos depois, os agentes seguiram até o endereço do Grupo Don7, no bairro Cocó, onde funcionam as empresas do jornalista. Chegando no prédio comercial, a Polícia Federal foi recebida pelo próprio jornalista. Ao cobrar a cópia do mandado, ouviu que não tinha essa autorização. Durante a conversa com Donizete Arruda, dava um jeito de exibir sua  arma de fogo. 

Na sala do jornalista, os agentes agiram com soberba ao afirmar que o profissional da comunicação “não tem do que reclamar da vida, porque sua vista é muito bonita”. Ainda no Grupo Don7, ao lado de advogados, Donizete questionou a origem da ação e a existência de um mandado de busca ou possível intimação. 

Sem dar resposta, os agentes da PF resolveram explicar as razões de tanta truculência, Cumpriam ordens do delegado Yuri Dantas, e queriam fazer duas perguntas: quem era a fonte do jornalista Donizete Arruda sobre a denúncia contra o INEC, que gerencia sem processo licitatório os R$15 bilhões do Crediamigo do Banco do Nordeste do Brasil(BNB). Depois, fez a segunda indagação: qual o interesse do jornalista em seguir com essa denúncia.

O jornalista Donizete Arruda disse aos agentes que eles não tinham mandado judicial, se o convocassem, ele iria depor na PF. Disse ainda que a constituição preserva o sigilo das fontes, mas que na matéria, motivo da investigação, está claro que a denúncia é do Ministério Público. Quanto ao interesse, Donizete Arruda respondeu: sou jornalista e faço jornalismo. Hoje, Donizete Arruda gravou um vídeo denunciando essa ameaça com truculência a ele, aos funcionários do condomínio onde reside e a seus familiares.

O fato foi comunicado ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que deve adotar providências. O caso também está sendo levado ao conhecimento do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos.

(cn7.com.br)

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