sábado, 25 de agosto de 2018

PSDB e DEM atuam para evitar 'traições' do Centrão nos Estados

Com auxílio do DEM, os diretórios estaduais do PSDB vão operar, até outubro, como "comitês regionais" da campanha presidencial de Geraldo Alckmin, com a função de coordenar e supervisionar o trabalho dos demais partidos que formam a coligação. O objetivo é formar uma "retaguarda" para garantir que o nome e a imagem do presidenciável circule nos Estados, minimizando os efeitos das chamadas "traições" regionais.
No Nordeste, em particular, a tática é vista como crucial para aumentar a popularidade de Alckmin. Na região, o PT tem força e o tucano alcança apenas 4% das intenções de votos, no melhor cenário.
Dono da coligação formada pelo maior número de partidos, Alckmin não tem visto sua chapa ser refletida nos Estados. O Centrão - bloco formado por DEM, PP, Solidariedade, PR e PRB - liberou seus diretórios para formar coligações locais conforme seus interesses. Por isso, em diversos Estados, sobretudo os nordestinos, líderes dessas siglas apoiam outros candidatos à Presidência.
No caso mais emblemático, no Piauí, o senador e candidato à reeleição Ciro Nogueira (PP) declarou voto no ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo tendo indicado a senadora Ana Amélia (PP-RS) para o posto de vice do tucano. Embora condenado e preso na Lava Jato, Lula foi registrado pelo PT como candidato ao Planalto.
No Maranhão, a situação é descrita como "terra arrasada" por correligionários. Os cinco partidos do Centrão apoiam a reeleição do atual governador, Flávio Dino (PCdoB).
"Claro que eles não vão pedir voto para o Geraldo no palanque. O Centrão no Maranhão é vermelho. O tempo de TV que eles estão dando para Dino vai servir para ele pedir voto para o Lula e para o Ciro (Gomes, do PDT)", disse o senador Roberto Rocha, presidente do PSDB-MA, que lançou candidatura ao governo para dar palanque a Alckmin no Estado. "Se não fosse por nós, Geraldo não teria nem um lugar para tomar um copo d'água aqui."

(O Povo)

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