sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Policia Federal desarticula quadrilha que mantinha cearenses em situação de semi-escravidão


Foto: Reprodução


Trabalhadores cearenses foram resgatados nesta quinta-feira, 16,  em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, em São Paulo. Lá, eles trabalhavam em situação análoga à escravidão, de acordo com a Polícia Federal (PF). A Operação Eleutheria foi deflagrada em conjunto com o Ministério do Trabalho e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime para o combate ao tráfico de pessoas e o trabalho escravo em zonas urbanas. 
Dos cinco mandados de busca e apreensão cumpridos, dois foram na zona leste de São Paulo e três em São Bernardo do Campo. Em nota, a PF informou que os inquéritos foram abertos após denúncias de condições degradantes em empresas da Região Metropolitana de São Paulo. São três inquéritos policiais independentes entre si. 
No primeiro, um dos grupos aliciava e transportava pessoas do interior do Ceará para trabalhar em São Bernardo. Eles eram mantidos em alojamentos com condições degradantes e trabalhavam como ambulantes vendendo laticínios na região. Ficavam presos ao empregador por estarem endividados. A PF não informou naturalidade exata e idade das vítimas.

Ação
As outras duas investigações apontam que empresas investigadas, apesar de não relacionadas, atuavam no ramo de costura e agiam da mesma maneira. Indícios apontam que estrangeiros eram aliciados em albergues municipais, mediante promessa de trabalho formal.
Chegando nos locais de trabalho, os estrangeiros eram obrigados a assinar contratos nos quais estavam previstos diversos gastos junto ao empregador, como habitação, aluguel, vestuário e refeições, com valores maiores que os praticados no mercado, criando um ciclo de endividamento. "A saída do local era restrita e as jornadas de trabalho variavam de 14 até 18 horas”, diz a nota da Polícia.
Auditores do Trabalho participam da operação para fiscalizar as empresas e as condições de trabalho. Vítimas foram resgatadas mas não houve informações sobre prisão de suspeitos. 
Já os estrangeiros sem documento e em situação irregular foram encaminhados à PF, onde receberam assistência sobre a situação migratória.
Os criminosos responderão, na medida de suas participações, pelo crime de tráfico de pessoas com a finalidade de exploração do trabalho escravo, com penas de 4 a 8 anos de prisão e multa.
A operação fecha as atividades relacionadas ao Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Pessoas, que aconteceu no dia 30 de julho.
(  O Povo)

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