Os médicos que prestam serviço no Hospital e Maternidade São Lucas, em Juazeiro do Norte, paralisaram as atividades parcialmente nesta quarta-feira, 7, alegando atraso salarial de três meses. A categoria afirma, por meio de nota, que não recebe remuneração desde janeiro e destaca que a empresa terceirizada responsável pela administração do Hospital até fevereiro deste ano, a Aceni, ainda não deu previsão de quando os pagamentos serão efetuados. “Os profissionais estão deixando suas casas há 3 meses sem ter qualquer garantia ou perspectiva de recebimento”, diz o texto.
Com a suspensão parcial dos atendimentos, apenas os casos classificados como urgência e emergência estão recebendo assistência médica na unidade. Na nota, os profissionais reiteram que o serviço somente será normalizado quando os salários referentes a janeiro e fevereiro forem depositados em suas contas bancárias.
A advogada que representa o grupo, Lívia Siebra, afirma que a Secretaria de Saúde do Município já havia sido alertada sobre a possibilidade de interrupção dos atendimentos por conta dos atrasos salariais. “A notificação sobre a paralisação do serviço foi entregue à secretaria e consignada em audiência extrajudicial com a presença do Ministério Público”, pondera.
Ainda conforme a advogada, os médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Limoeiro também devem aderir à paralisação a partir desta quinta-feira, 8.
Tanto o Hospital São Lucas como a UPA são administrados atualmente pelo Instituto Diva Alves Brasil (IDAB), que assumiu a gestão dos equipamentos no dia 1º de março, após a saída da Aceni, da qual os médicos cobram os salários atrasados. A empresa foi procurada pelo O POVO, mas não enviou esclarecimentos até a conclusão desta matéria.
Já a Secretaria de Saúde de Juazeiro, por meio de nota, diz que “não existe respaldo legal para a paralisação” e culpa a Aceni pelos atrasos salariais. A pasta ainda afirma que irá dialogar com o Ministério Público e representantes da categoria para buscar um entendimento e evitar que a interrupção parcial do serviço prejudique os usuários dos equipamentos de saúde do Município.
(Luciano Cesário/O Povo)