domingo, 25 de abril de 2021

MDB ameaça transformar CPI da Covid em pesadelo para Bolsonaro


A cúpula da CPI da Covid se prepara para enfrentar nesta semana uma chicana de ações judiciais impetradas por bolsonaristas para adiar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito marcada para a próxima terça-feira, 27. O principal alvo da estratégia governista é o senador Renan Calheiros (MDB-AL), indicado pelo seu partido como relator da CPI. O presidente Bolsonaro vê na indicação de Renan uma vingança do MDB pelo fato de o partido ter sido derrotado por candidatos do Planalto às presidências da Câmara e do Senado. 

O maior pesadelo do presidente, segundo ele tem dito a aliados, é que a CPI embase um futuro processo de impeachment nos moldes do que ocorreu com o ex-presidente Fernando Collor de Mello (AL), hoje senador pelo partido Republicanos.

O relatório final daquela CPI, que apurou denúncias de corrupção no governo, foi fechado no dia 24 de agosto de 1992 e, já no dia 1° de setembro, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apresentaram o pedido de abertura de processo de impeachment. Baseado nas conclusões da CPI, o pedido foi aprovado e Collor acabou deixando o cargo.

Bolsonaro apoiou a eleição do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em fevereiro, contra o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi (SP). No Senado, ajudou Rodrigo Pacheco (DEM-MG) a derrotar a candidata emedebista, Simone Tebet (MS). O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), chegou a ensaiar a candidatura, mas foi obrigado a desistir diante da articulação do governo. Agora, Braga se autoindicou membro da CPI e negociou com o PSD e a oposição a nomeação de Renan Calheiros como relator. Em troca, o senador Omar Aziz (PSD-AM) ficará com a presidência da comissão.

O Planalto acredita que Renan tentará levar a CPI a recomendar o impeachment do presidente da República. O senador já disse que pretende levantar quantas mortes "poderiam ser evitadas" se o governo tivesse atuado melhor no combate à pandemia do coronavírus. Renan Calheiros tem criticado abertamente a atuação do ex-ministro Eduardo Pazuello. "O Brasil inteiro acompanhou o Pazuello. Foi um desempenho horroroso. Vamos apurar cada fase da sua presença" declarou em entrevista à Globo News nesta quinta-feira, 22.

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