A advogada foragida Elisângela Mororó, suspeita de envolvimento com organizações criminosas, foi presa nesta quarta-feira, 13, e encaminhada à Delegacia Regional do Crato. Ela foi detida junto a dois homens suspeitos de integrar uma organização criminosa. Com os três, a Polícia apreendeu uma pistola com numeração raspada, cocaína e dois veículos. Detalhes serão divulgados em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 14, no Complexo de Delegacias Especializadas (Code), no bairro Aeroporto, em Fortaleza.
A prisão foi realizada por militares do Comando Tático Rural (Cotar) em parceria com a Polícia Civil. Elisângela estava com mandado de prisão em aberto por envolvimento em organizações criminosas e, após ser expedida a decisão, ela se manteve foragida. No dia 11 de outubro, o presidente da Ordem dos Advogados do Ceará havia afirmado, durante um evento, sobre duas ordens de prisão contra dois advogados. Uma dessas ordens, conforme O POVO apurou, era para Elisângela.
As investigações da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) apontaram para o envolvimento de alguns advogados com facções criminosas no período em que foram ordenados ataques a coletivos e prédios públicos no Ceará, em setembro deste ano. Os ataques foram organizados pela facção Guardiões do Estado (GDE), conforme apuração do O POVO.
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) divulgou que celulares em presídios eram escassos e que familiares ou advogados estavam envolvidos nas ações. A diminuição do número de aparelhos teria ocorrido porque a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) retirou tomadas e intensificou as revistas. Conforme as investigações do Ministério Público, para que os "salves", que são ordens dadas aos faccionados, saíssem dos presídios e fossem encaminhadas aos integrantes que estão em liberdade, seria necessário a utilização de "pombos-correio". Sobre a motivação da facção para os ataques, O POVO noticiou que uma crise financeira na organização criminosa seria o "estopim" para as ações.