Questionado pela imprensa nesta quinta-feira (29), o presidente do 
Senado, Eunício Oliveira, afirmou que a Casa não aprovará qualquer texto
 que enfraqueça a Lei de Responsabilidade das Estatais (Lei 13.303, de 2016).
O PLS 52/2013
 tem autoria do próprio Eunício e foi aprovado nesta semana pela Câmara 
dos Deputados, mas na forma de substitutivo apresentado pelo relator, o 
deputado Danilo Forte (PSDB-CE). Foi incluído no texto, destaque 
aprovado na comissão mista que volta a permitir a indicação de parentes 
até o terceiro grau de autoridades para o Conselho de Administração e a 
diretoria de empresas estatais. A proibição consta atualmente na Lei de 
Responsabilidade das Estatais. Eunício afirmou não concordar com a 
mudança.
— Vou receber esse projeto e mandar analisar. Se ele tiver qualquer 
tipo de desvirtuamento, ele será corrigido aqui ou não será votado. Não 
vou permitir emendas que desvirtuem o projeto de maneira equivocada, 
principalmente sendo um projeto de minha autoria. Não serei eu a aceitar
 modificações bruscas na lei das estatais. O objetivo do meu projeto é 
disciplinar e dar transparência às agências reguladoras, um projeto que 
ajuda na moralização de todas as agências do país — disse Eunício aos 
repórteres.
O presidente do Senado afirmou que tanto a lei das estatais (oriunda do PLS 555/2015),
 quanto o projeto das agências reguladoras, foram iniciativas de 
senadores com objetivos moralizadores, de disciplina e transparência e 
disse não ser aconselhável qualquer tipo de retrocesso.
— Ninguém combinou comigo nenhum tipo de 
modificação, nenhum tipo de emenda. Soube ontem que o projeto das 
agências tinha sido enxertado com matéria estranha ao projeto. Se alguém
 colocou emenda inadequada, tem dois caminhos para o Senado: ou 
retiramos todas as emendas que desvirtuam o projeto, e votamos o 
projeto, ou então eu, que sou autor, não terei condições de pautar um 
projeto diferente daquilo que foi o pensamento do legislador, no caso 
eu, que é disciplinar, organizar e dar transparência moral para as 
agências, assim como nós fizemos em relação às estatais — acrescentou 
Eunício.
Aprovado pelo Senado em 2016, o PLS 52/2013 uniformiza detalhes do 
funcionamento das agências reguladoras, como número de membros e 
mandato, criando ainda um mecanismo para aferir as consequências de 
possíveis decisões. A proposta foi batizada de Lei Geral das Agências 
Reguladoras.
Segundo o projeto, qualquer mudança ou criação de ato normativo de 
interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos 
serviços prestados dependerá da Análise de Impacto Regulatório (AIR). 
Essa análise deverá conter informações e dados sobre os possíveis 
efeitos e seguirá parâmetros a serem definidos em regulamento, que 
também dirá os casos em que poderá ser dispensada.
Após a realização da AIR, o conselho diretor ou a diretoria colegiada
 deverá se manifestar sobre a adequação da proposta de ato normativo aos
 objetivos pretendidos e indicar se os impactos estimados recomendam sua
 adoção. Tanto a análise quanto a manifestação da diretoria serão 
tornados públicos para ajudar os interessados na realização de consulta 
ou de audiência pública.
A polêmica vem ocorrendo pela mudança feita pelos deputados com o 
objetivo de permitir a indicação de parentes até o terceiro grau de 
autoridades para o Conselho de Administração e a diretoria de empresas 
estatais com receita operacional bruta maior que R$ 90 milhões.
Se esse dispositivo de revogação virar lei, parentes de ministros, de
 dirigentes partidários ou de legisladores poderão participar do 
controle dessas empresas, assim como outras pessoas que tenham atuado na
 estrutura decisória de partido político ou em campanha eleitoral nos 
últimos 36 meses anteriores à nomeação.
Agência Senado 
 
 
     
     
    
 
