sexta-feira, 19 de abril de 2019

Latam pode substituir Avianca nos voos para Juazeiro do Norte


A situação dramática da Avianca Brasil atingiu o Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, em Juazeiro do Norte. Depois do anúncio de cancelamentos na próxima segunda-feira (22), a empresa aérea suspendeu a comercialização de bilhetes para o terminal do Cariri, onde opera com frequências para Fortaleza e Guarulhos (São Paulo). Agora, autoridades locais e órgãos da Prefeitura e Estado tentam negociar com outras companhias a reposição das rotas.

Com a possível suspensão dos voos diretos entre Juazeiro do Norte e Fortaleza, turistas e cearenses têm duas opções nada convenientes. Uma delas é enfrentar a estrada de ônibus em uma viagem que dura 11h30. A outra é voar da Capital até Recife ou Campinas e dessas cidades chegar até Juazeiro do Norte. Essa alternativa, além de mais cara - pode chegar a R$ 2.999 (ida e volta) - faz com que o passageiro fique em trânsito por até 18 horas.

Hoje, a Avianca realiza o trecho entre Fortaleza e Juazeiro em menos de 1 hora. “O impacto desses cancelamentos é muito grande. A gente perde por baixo metade do fluxo de passageiros no Aeroporto de Juazeiro do Norte. A Avianca era realmente responsável por grande parte do fluxo. Nós já estamos nos articulando, mas a gente espera que a Avianca consiga reverter as decisões judiciais e retome as aeronaves para continuar operando normalmente”, avalia o secretário de Desenvolvimento
Econômico e Inovação de Juazeiro do Norte, Michel Araújo.

Segundo ele, o diálogo mais avançado para a reposição dos voos perdidos é com a Latam Brasil. “A gente já vinha abrindo conversas com as secretarias de Turismo de Juazeiro e do Estado, um diálogo com a Latam para a retomada dos voos aqui. Mas uma aprovação de novos voos demora pelos menos um ano e as companhias não possuem aviões sobrando”. A Latam é uma das interessadas no leilão que deve fatiar a Avianca.

Araújo ainda diz que os cancelamentos da Avianca, responsável por cerca de 64% do fluxo de passageiros no Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, impactam diretamente a vida não apenas dos moradores de Juazeiro do Norte, mas também de parte do interior cearense e dos estados da Paraíba, Pernambuco e Piauí. “São 157 municípios que se servem deste aeroporto. A gente já teve um impacto grande com a perda do voo da Avianca para Brasília. E agora a situação só piorou. Inclusive o turismo de negócios muito constante entre Fortaleza e Juazeiro”, acrescenta.

De acordo com o secretário, a demanda aérea para Juazeiro do Norte existe. O que falta, na opinião dele, são aeronaves das companhias aéreas brasileiras. Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil, o aeroporto do Cariri movimentou quase 560 mil passageiros, dos quais mais de 357 mil foram da Avianca. “O nosso aeroporto é o primeiro em movimentação do interior do Nordeste. Demanda existe. Se você colocar mais 10 voos ainda vai existir demanda. O problema daqui não é demanda, é falta de avião”.

(Diário do Nordeste)

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