Por: Leopoldo Martins
Membro Efetivo da Academia Caririense de Direito
Membro Efetivo da Comissão Eleitoral da OAB CE
Membro Consultor da Comissão Especial Eleitoral da OAB Nacional
Em Vila Esperança Que Se Foi, a disputa pela direção municipal do PT parece mais uma novela mexicana. De um lado, temos o nobre deputado estadual Benedito da Massa, indignado, inflamado, vociferando nos rádios que o atual prefeito Juca Bolacha e o ex-prefeito Tonho do Gás estão usando a máquina pública como se fosse um micro-ondas de conveniências. Do outro lado, Juca e Tonho juram de pés juntos que só querem “democratizar o partido”.
O ápice da confusão veio quando a Câmara Municipal, num passe de mágica regimental, mudou suas próprias regras internas. Agora, a líder do partido pode acumular cargos — um avanço tão revolucionário que faria até o inventor do multitarefa suar frio. Segundo Benedito da Massa, essa manobra é um golpe maquiavélico para garantir a vitória de Juca e Tonho na formação do diretório. Já o povo da base governista diz que é apenas uma “atualização democrática”.
Mas o que mais deixa o eleitor de cabelo em pé — e rindo para não chorar — é o comportamento de Pedrinho da Massa, irmão do indignado deputado. Enquanto Benedito acusa os adversários de conspiração e abuso de poder, Pedrinho assina alegremente a mudança do regimento, tira selfies sorridentes com Juca e Tonho e ainda distribui elogios ao prefeito como se estivesse concorrendo ao cargo de bajulador oficial da prefeitura. É como se, no meio de uma briga de família, um irmão jogasse prato e o outro segurasse a toalha para não sujar o tapete.
O eleitor, observa tudo boquiaberto, tentando entender se está diante de uma disputa política séria ou de um episódio chamado Big Brother Vila Esperança Que Se Foi”. Afinal, como acreditar no discurso inflamado de Benedito da Massa contra o “uso da máquina” quando seu próprio irmão parece ser a engrenagem mais bem lubrificada dessa mesma máquina? É a incoerência institucionalizada, a contradição com crachá e sorriso de campanha.
Será que o inimigo dorme nomesmo Natal da família?