sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Agronegócio na Chapada do Araripe


Por: Leopoldo Martins

Advogado

Membro Consultor da Comissão Especial Eleitoral da OAB/NACIONAL

Membro Efetivo da Comissão Eleitoral da OAB/CE


Nos últimos anos, tem ganhado força um debate que, em grande parte, nasce de premissas equivocadas: a tentativa de criminalizar o agronegócio desenvolvido na Chapada do Araripe. 

É fundamental distinguir o uso predatório dos recursos naturais, que deve ser combatido, da atividade agrícola e pecuária que segue padrões técnicos, ambientais e regulatórios. O agronegócio feito de forma tecnificada e responsável não é inimigo da preservação ambiental — pelo contrário, pode ser aliado no desenvolvimento sustentável do Cariri.

A região, marcada por riqueza cultural, histórica e ambiental, precisa de alternativas econômicas que gerem emprego e renda sem comprometer a biodiversidade da Chapada. Nesse contexto, o agronegócio sustentável desponta como caminho viável. Com manejo adequado do solo, recuperação de áreas degradadas e respeito à legislação ambiental, produtores mostram que é possível conciliar produtividade e conservação, garantindo desenvolvimento equilibrado.

A criminalização genérica, que coloca todo produtor sob suspeita, cria insegurança jurídica, afasta investimentos e alimenta um discurso reducionista que divide sociedade e campo. Esse olhar simplista ignora o papel estratégico do agronegócio na economia local. É ele que movimenta mercados, fortalece cadeias produtivas e assegura segurança alimentar. Desconsiderar isso em nome de uma visão punitiva da relação homem-natureza é desperdiçar oportunidades reais de progresso sustentável.

Defender o meio ambiente é imperativo. A Chapada do Araripe é patrimônio natural que deve ser protegido para as futuras gerações. Mas proteger não significa estagnar. Significa criar regras claras, fiscalizar com rigor e valorizar quem cumpre a lei. Significa incentivar inovação tecnológica, pesquisa agroecológica e a transição para sistemas produtivos menos impactantes.

Portanto, a defesa ambiental deve caminhar ao lado do direito de produzir. O Cariri pode ser referência nacional de equilíbrio entre agricultura tecnificada e conservação.

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