segunda-feira, 12 de maio de 2025

Em meio a desafios, Maio Amarelo reforça alerta de médicos ortopedistas para a prevenção de acidentes de trânsito


Prevenção é a chave para evitar ocorrências: em 2024, o Brasil registrou 73.121 acidentes em rodovias federais, com 84.489 feridos e 6.160 mortes

O Maio Amarelo, celebrado desde 2011 por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), é um movimento internacional de conscientização para a redução de acidentes de trânsito, que mobiliza governos, empresas e cidadãos para discutir o problema, promovendo um trânsito mais seguro. A preocupação não é por acaso: segundo a Polícia Rodoviária Federal, em 2024, o Brasil registrou 73.121 acidentes em rodovias federais, com 84.489 feridos e 6.160 mortes (cerca de 16 mortes por dia), o que representa um aumento de 10% nas mortes em relação a 2023.

Os dados mostram que os desafios continuam, apesar de ações educativas, que esclarecem a necessidade do uso do cinto de segurança, equipamentos de proteção (como o capacete, para motociclistas) e a importância de não dirigir depois de ingerir bebida alcoólica. De acordo com o ortopedista e traumatologista Jonatas Brito, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - Regional Ceará (SBOT-CE), esses são os aspectos que mais contribuem para a ocorrência de acidentes.

"A maioria dos acidentes motociclísticos não levam a graves lesões, mas dos que levam às graves lesões, dois fatores são muito importantes. Primeiro, a falta de utensílios corretos pelos motociclistas, como calçados apropriados, joelheiras e cotoveleiras. E outro muito importante é o uso da moto associado com bebidas alcoólicas. Mesmo tendo uma lei vigente, com punição, ainda falta um pouco de fiscalização para que isso não ocorra mais, porque são acidentes de moderado a grave. Sem falar dos que não usam capacete, esses são mais graves ainda, e podem levar até a perda da vida", alerta.

Prevenção

Na visão de Jonatas Brito, que também atua no IJF - Instituto José Frota, em Fortaleza, a prevenção é a melhor medida a ser tomada - inclusive para evitar impactos no sistema de saúde. "Onde nós, profissionais, e até os próprios pacientes, podemos agir, é na prevenção, é não deixar acontecer, porque uma vez tenha ocorrido, as lesões podem levar a sequelas provisórias e permanentes", observa. "O maior impacto para o médico ortopedista que está na linha de frente é o atendimento rápido. No IJF, hospital que recebe traumas de altíssima gravidade, temos vários ortopedistas de plantão e uma equipe completa, com outros profissionais, como neurocirurgião, cirurgião vascular e cirurgião geral que podem dar assistência aos casos mais graves", explica.

Por essas razões, o ortopedista e traumatologista Jonatas Brito apoia a realização da campanha Maio Amarelo, ressaltando que todo esforço é válido para salvar vidas. "As campanhas que visam impacto, principalmente na prevenção de acidentes, sejam domésticos ou de trânsito, são muito importantes porque agem na prevenção. Porque depois que acontece, o resultado é muito variável, mesmo tendo atendimento rápido,às vezes pela gravidade da lesão não se pode fazer tanta coisa e ainda ficam sequelas. Ressalto também que as campanhas devem ser associadas à fiscalização, se a legislação de trânsito está sendo realmente aplicada ou não", destaca.

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