quinta-feira, 8 de maio de 2025

Com três cineastas do Cariri, começam hoje exibições de filmes do I Festival Ceará Voador, em Fortaleza. Evento segue até sábado, no Centro Dragão do Mar


Três cineastas do Cariri participam da primeira edição do Festival Ceará Voador de Cinema, que começou na segunda-feira, 5/5, com oficinas, e dá início nesta quinta-feira, 8/5, no Centro Dragão do Mar, à etapa de exibição dos filmes, seguidos de debates com os diretores e diretoras. Tudo com entrada franca, em um grande encontro do cinema cearense, em um evento diferenciado pela preocupação com a acessibilidade cultural e com a presença de públicos historicamente com dificuldades de frequentar salas de cinema.

Três filmes de realizadores/as do Cariri foram selecionados para o festival. Dois para a mostra competitiva de curtas-metragens. Além de um longa-metragem, exibido de forma especial, não competitiva. “Linhas de Soco”, do diretor Rafael, de Juazeiro do Norte, é uma produção de 2014, com 20 minutos de duração. Idealizado com o intuito de fomentar e viabilizar a cultura das batalhas de rima do Cariri cearense, o documentário exibe vivências, depoimentos e muitas rimas que constroem a cena de rap da região. Os entrevistados relatam como a realidade das batalhas mudaram e ressignificaram suas vidas. Mesmo com artistas tendo participado de eventos em nível nacional, eles apontam que as batalhas seguem sem apoio e sem incentivo enquanto movimento social, cultural e político.

“Faísca”, de Bárbara Matias Kariri, do Crato, foi produzido já neste ano e tem 12 minutos de duração, com gênero ficção-performática-indígena. Aborda a história de quatro mulheres de diferentes gerações que, após um conflito familiar, se reencontram e desenterram um segredo ancestral. Entre silêncios e rituais, tentam reconstruir os laços rompidos pelo tempo. A ancestralidade se manifesta em gestos, sonhos e no contato com a natureza. Aos poucos, revelações profundas transformam suas vidas. O passado retorna para guiá-las em um caminho de cura e pertencimento.

Já o longa-metragem é “Todas as vidas de Telma”, de Adriana Botelho, de Juazeiro do Norte, produção que conta com 72 minutos. No docuficção, Ana vai ao Crato realizar uma pesquisa sobre a fotógrafa Telma Saraiva. Faz uma viagem de volta para casa, em busca dos significados das imagens.

O Festival Ceará Voador

Idealizado e dirigido por Sara Síntique, escritora, atriz, gestora e produtora cultural, o festival propõe uma experiência marcada pela democratização do acesso ao cinema, voltada especialmente para pessoas que têm pouco acesso às salas de exibição, mas também aberta ao público em geral.

A programação destaca o audiovisual cearense e promove a reflexão sobre o fazer cinema no estado, com direito a debates após cada sessão de filmes. O festival tem início nesta segunda-feira, 5/5, no coreto do Poço da Draga, o Pavilhão Atlântico, com as oficinas de cinemas para idosos, sob os temas "O cinema que guardo aqui", com Leonardo Câmara, das 16h às 17h30, e "Filmes-carta", com Rúbia Mércia e Elen Andrade, das 18h30 às 20h. As oficinas, realizadas em parceria com o Instituto Velaumar, coordenado por Isabel Lima, se destinam ao público idoso já atendido pelo Instituto e integram as celebrações pelos 119 anos de luta e resistência da comunidade.

Já nos dias 8, 9 e 10 de maio, de quinta a sábado, à tarde e à noite, acontecem as exibições dos filmes selecionados para o festival, incluindo dois longas-metragens e os 15 curtas que compõem a Mostra Competitiva, com premiação.

Serviço:

I Festival de Cinema Ceará Voador. Exibição de filmes de 8 a 10 de maio, na Sala 2 do Cinema do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

Entrada franca.

Oficinas, para público previamente definido, em parceria com o Instituto Velaumar, de 5 a 7 de maio no Coreto em frente à Ponte Velha, na comunidade do Poço da Draga.

O acesso ao Centro Dragão do Mar se dá pelas avenidas Leste Oeste, 81 (a entrada dos museus), e Pessoa Anta, 374 (perto da Caixa Cultural Fortaleza). Mais informações: Instagram @festivalcearavoador

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