terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

STJ anula quebra de sigilo bancário e fiscal de Flávio Bolsonaro no caso das 'rachadinhas'


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) formou maioria nesta terça-feira (23) para declarar a nulidade da quebra de sigilo bancário e fiscal do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no âmbito das investigações no caso da "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Por maioria dos votos, os ministros da Quinta Turma, colegiado encarregado de analisar a matéria, identificaram problemas de fundamentação na decisão judicial. Em decisões liminares (provisórias), o relator do caso, ministro Felix Fischer, havia rejeitado os argumentos de Flávio. Agora, a Quinta Turma confirmou essas liminares.

Entre os advogados que acompanharam a sessão estava Frederick Wassef, criminalista ligado à família Bolsonaro. Em junho do ano passado, após a prisão do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz, Flávio anunciou nas redes sociais que Wassef havia deixado a causa.

A polícia localizou Queiroz em uma casa de Wassef em Atibaia, no interior de São Paulo. Iniciado no ano passado e suspenso em razão de um pedido de vista do ministro João Otávio Noronha, o julgamento do STJ foi retomado na semana que antecedeu o carnaval, mas uma nova interrupção ocorreu. Fischer pediu prazo para ler o voto-vista do colega.

Após Fischer votar pela rejeição ao recurso de Flávio, por entender ter sido a quebra de sigilo bancário e fiscal "justificada e ratificada" e ter sido garantido amplo direito à defesa, Noronha apresentou voto divergente por entendei que não houve fundamentação da providência.

Noronha, que se aproximou do Palácio do Planalto na busca de se cacifar para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), evitou mencionar o nome de Flávio. Usou apenas as inicias "F N B", sob a justificativa que os autos tramitam sob sigilo. Assim como Noronha, o ministro Reinaldo Soares da Fonseca foi o terceiro a votar pela nulidade da qiuebra de sigilo bancário e fiscal. Ribeiro Dantas e Joel Parcionick seguiram nessa linha.

Foi a partir de um relatório de investigação financeira do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) enviado à promotoria fluminense em janeiro de 2018 que teve origem a investigação sobre a prática da rachadinha em gabinetes da Alerj.

O documento apontou movimentações suspeitas na conta bancária de Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar do filho 01 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Flávio foi denunciado em novembro de 2020 pela promotoria fluminense pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele nega as acusações. (Folha Press/DN)


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