domingo, 23 de junho de 2019

Quem ganha e quem perde com o caso Intercept


Como num jogo de cartas, qualquer lance inesperado provoca um rearranjo nas estratégias de quem ocupa posições de destaque no tabuleiro. Foi assim com as mensagens expostas por The Intercept. As revelações já redefiniram o status dos jogadores e remodelaram forças das principais personagens na arena política.

Jair Bolsonaro, o presidente. Sergio Moro, o superministro e símbolo de combate à corrupção. E Lula, o ex-presidente sentenciado à prisão. O trio mais diretamente afetado pelas conversas, reproduzidas em série de reportagens não causalmente chamada de "Vaza Jato", trava agora uma batalha particular: pelo presente, mas também pelo futuro.

Dos três, quem mais se beneficia caso os vazamentos se mostrem verdadeiros? E quem mais perde? A leitura das estratégias e a projeção dos cenários de cada um revelam que as conversas via Telegram entre Moro e Deltan Dallagnol acabaram por redesenhar o quadro de disputas eleitoral tanto para o ano que vem quanto para 2022.

Parece longe? Não para Bolsonaro, que admitiu a possibilidade de se candidatar à reeleição na hipótese de fracassar uma reforma política. Fez isso apenas um dia depois de Moro explicar-se no Senado sobre o teor das falas com o coordenador da Lava Jato.

Para o ministro, o tempo é o da crise, e qualquer passo em falso pode ser a medida do desastre. É preciso mobilizar suas habilidades, como o expressivo capital político acumulado em quatro anos de força-tarefa. Não é pouca coisa.

Quanto a Lula, o tempo corre - é preciso aproveitar o momento favorável para colocar seus trunfos na mesa, de modo a influir no andamento do jogo, principalmente aquele que se desenrola fora dos holofotes, no xadrez do Supremo Tribunal Federal (STF). É lá onde se decide agora o futuro do petista.



(leia mais no O Povo)

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