domingo, 14 de janeiro de 2018

Operação Expresso 150 - Delegado investiga suposto pagamento de advogado renomado a desembargadora

Wellington Santiago comandou a Operação Expresso 150

Wellington Santiago. O delegado federal cearense que comandou a investigação da Operação Expresso 150 foi cedido para Brasília. Ele irá coordenar equipes de policiais que trabalham com inquéritos da Operação Lava Jato - material que tramita no Supremo Tribunal de Justiça (STF). Na Operação 150, Wellington Santiago afirma que a prova contra desembargadores e advogados que negociavam sentenças, durantes os plantões do Tribunal de Justiça no Ceará, é robusta. O policial tem 41 anos e passou quatro anos e meio no Ceará , grande parte deste tempo como Delegado Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado. “Resta investigar um renomado advogado”
 O POVO- O senhor foi chamado para realizar um trabalho específico em Brasília? 
Delegado Santiago - Estou cedido à Coordenação-Geral de Combate à  Corrupção da Polícia Federal. Vou coordenar as equipes dos inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal de Justiça, inclusive os decorrentes da Lava Jato.  
OPOVO - Quais são os inquéritos da Lava Jato? 
Delegado Santiago - Serão 273 inquéritos. Deste universo, 124 tratam de matéria alusiva à Operação Lava Jato. Já estou em Brasília mantendo os primeiros contatos com a nova missão.
O POVO- Como o senhor deixa a investigação da Operação Expresso 150? 
Delegado Santiago -A parte que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ou seja, que investiga fatos envolvendo desembargadores cearenses (detentores de foro especial) está praticamente finalizada. Observe que a Procuradoria Geral da República (PGR) ofereceu denúncia recentemente contra mais três desembargadores e outros advogados que eram investigados. Entretanto resta aprofundar, em princípio, um único evento envolvendo o suposto pagamento de propina por parte de renomado advogado do Ceará à desembargadora já denunciada. Continuarei neste caso apoiando o trabalho realizado pelo ministro relator (Herman Benjamim). O inquérito que apura corrupção de juízes do primeiro grau, que tramita perante o próprio Tribunal de Justiça do Ceará, será redistribuído para outro delegado federal.
O POVO- A prova está consolidada? 
Delegado Santiago -Em todos os casos, as evidências/provas já estão bastante sedimentadas e a equipe de investigação, o núcleo duro do trabalho, igualmente detém toda experiência e conhecimento da investigação. O grupo permanece no Ceará. (No lugar de Santiago assume a delegada Juliana Pacheco).  
O POVO - O que falta para mais eficiência na Polícia Federal no Ceará?  
Delegado Santiago - A Federal, hoje, tem grandes talentos em seus quadros, entretanto precisamos de renovação constante. Estamos há muito tempo sem concurso público e nos últimos anos tivemos muitas aposentadorias. O efetivo policial está decrescente e lógico que isso impacta na regularidade do trabalho policial ante uma criminalidade em constante evolução. Tivemos muitos investimentos em tecnologia, capacitação e equipamentos, mas precisamos muito do material humano vocacionado para seguir nas investigações. No ano de 2017 a Superintendência do Ceará bateu todas as metas estabelecidas e isso é motivo de festa internamente - o policial precisa dessa valorização.  (Demitri
(Demitri Tulio/O Povo)

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