A polêmica gerada pelos fatos ocorridos na Câmara dos Deputados na madrugada desta quarta (10) foi motivo de debate no plenário da Assembleia Legislativa do Ceará. O deputado estadual De Assis Diniz (PT), 1o secretário da ALECE, criticou duramente a votação favorável ao projeto de dosimetria, que reduziu a pena dos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, bem como as agressões cometidas contra o deputado Glauber Braga (Psol-RJ).
“O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) mostra que a Congresso Nacional age como inimigo do povo. Ele tomou a decisão arbitrária de mandar retirar à força da Mesa Diretora o deputado federal Glauber Braga, que tentava exercer seu direito constitucional de manifestação. E determinou o corte do sinal da TV Câmara e o esvaziamento do plenário, numa atitude que atenta contra a democracia. Chama atenção que há poucos meses deputados bolsonaristas ocuparam a tribuna de forma irregular, tumultuaram sessões e, em nenhum desses casos, houve ordem para retirada compulsória ou punição. Tem mais: a direta fascista quer comparar Glauber com deputados bolsonaristas condenados pela Justiça, como Carla Zambelli, Alexandre Ramagem e Eduardo Bolsonaro, todos do PL, que cometeram atos infinitamente mais graves”, sentenciou.
De Assis também bateu forte na aprovação do “projeto da dosimetria”. “É absurdo reduzir penas aplicadas aos condenados pelos atos terroristas de 8 de janeiro. Estamos tratando da responsabilização daqueles que atentaram contra as instituições, depredaram patrimônio público e buscaram subverter a ordem democrática constitucional. Mudaram o Código Penal. Não é pouca coisa. E cria uma brecha para beneficiar quem comete crimes comuns, como dano qualificado, incêndio criminoso sem resultado hediondo, assédio, associação criminosa e várias condutas praticadas nos ataques às instituições. Não nos calaremos e não aceitaremos este retrocesso”, sentenciou.