sábado, 8 de setembro de 2018

Após ataque, candidatos reveem estratégias e avaliam "trégua"

Foto: reprodução
Após se solidarizarem com o ataque sofrido na tarde de quinta-feira (6) pelo candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, as equipes dos demais presidenciáveis iniciaram neste fim de semana uma série de reuniões internas para planejar o tom e os próximos passos da campanha. Candidatos que produziram propagandas eleitorais combatendo frontalmente Bolsonaro, como é o caso do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), avaliam dar uma "trégua" nos ataques a curto prazo.

O candidato pelo MDB, Henrique Meirelles, manteve nesta sexta-feira (7) encontros com seu grupo político que devem se estender pelo fim de semana. De acordo com aliados do presidenciável, Meirelles não tem promovido uma campanha de ataque ao deputado federal, que está em recuperação no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, após ser esfaqueado durante ato de campanha.

Na semana passada, porém, ele postou um vídeo no Twitter pedindo que os eleitores não votem com "os olhos cegos pela indignação". A expectativa agora é que haja uma suspensão temporária do clima "belicoso" que vinha caracterizando a disputa. Essa é a mesma avaliação do entorno do presidenciável Ciro Gomes.

O secretário-geral do PSDB, deputado Marcus Pestana (MG), concorda que o fato trouxe um "efeito paralisante na campanha" de Alckmin e dos demais aspirantes ao Palácio do Planalto. Ele defendeu que os próxi
mos dias sejam dedicados a analisar os efeitos do que aconteceu do ponto de vista psicológico, a exemplo da morte de Eduardo Campos em 2014, então candidato à Presidência pelo PSB.

"Todos nós estamos torcendo pelo seu pronto restabelecimento, mas estamos escolhendo o futuro do país. Acho que vai haver um momento de absorção [dos fatos] na eleição, que já ocorria em um ambiente muito ruim em função da crise econômica e da instabilidade política. Ainda vamos ver adequadamente [os próximos passos]. Tem que ouvir e sentir as ruas. Logo logo a gente vai estar reconstruindo as linhas estratégicas da campanha", afirmou.

Retomada
Na opinião do presidente do PSOL, Juliano Medeiros, a campanha eleitoral deve retomar a normalidade já a partir de hoje (8). Ele disse que o candidato Guilherme Boulos manterá a sua agenda política com o objetivo de debater "propostas para o povo brasileiro". "O triste incidente desta semana não anula as enormes diferenças que temos. Bolsonaro segue candidato e nós continuaremos expressando as divergências no campo da política e das ideias, com o máximo respeito e transparência", declarou.
Candidata à vice na chapa do PDT, a senadora Kátia Abreu publicou um texto defendendo que a "linguagem da violência" seja superada e com críticas à radicalização. "É urgente desarmar os espíritos e direcionar a campanha para o debate de ideias. Além de investigar, esclarecer a motivação deste crime e aplicar severa punição. Eventuais divergências políticas não fazem de mim e Ciro Gomes, por exemplo, inimigos mortais. Ao contrário, elas nos complementam”, escreveu a candidata, no Facebook.

Agencia Brasil

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