quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

PF investiga se 'Abin paralela' de Bolsonaro invadiu e acessou dados de espionados


A Polícia Federal investiga se a "Abin paralela" do governo Bolsonaro usou ferramentas digitais e aplicativos mais intrusivos do que o FirstMile para invasão de computadores e celulares para captura de dados de forma clandestina. Na segunda-feira (29), Carlos Bolsonaro (Republicanos) foi alvo de buscas, na segunda fase da Operação Vigilância Aproximada.

Os investigadores da PF consideram ter provas de que o grupo montado pelo então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem, atuou de 2019 a 2021 monitorando inimigos políticos, policiais, autoridades, jornalistas e advogados, de forma criminosa, usando a estrutura da Abin e, em especial, um equipamento de espionagem, o FirstMile. Ramagem foi alvo da primeira fase da Operação Vigilância Aproximada, no dia 25.

Há indícios de uso da Abin no governo Bolsonaro para ações de contrainteligência para atrasar investigação da PF, monitorar adversários políticos, levantar dados e municiar a família Bolsonaro e aliados para defesa em processos e parar criar conteúdo de fake news para uso político e eleitoral.

A duas outras ferramentas que a Abin paralela pode ter usado em suas missões clandestinas vão além do FirstMile. Elas fazem a invasão dos computadores e aparelhos telefônicos, podendo acessar dados e até controlar. O Cobalt Strike e o app LTESniffer podem ter sido usados.

Anotações ligadas ao grupo clandestino levaram à suspeita de que, além do FirstMile, outras ferramentas digitais foram empregadas.

A frente de apuração foi aberta após análise do material apreendido na primeira fase ostensiva do inquérito, em outubro de 2023. A Operação Última Milha prendeu dois agentes e fez buscas em 25 endereços, um deles, a sede da Abin, em Brasília.

A descoberta, se confirmada, pode complicar ainda mais os investigados, entre eles: Carlos Bolsonaro, Alexandre Ramagem, policiais federais e integrantes das Forças Armadas, ligados ao clã Bolsonaro.

Além do filho 02 (Carlos), a PF ainda tem na mira outros dois filhos de Bolsonaro como beneficiários dos documentos ilegais produzidos pelo grupo, com possível aparelhamento da agência, o 01 (o senador Flávio Bolsonaro, do PL do Rio) e o 04 (Jair Renan).

(SBT)

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