O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) Mauro Cid vai voltar à Polícia Federal para prestar novos depoimentos em diferentes frentes de investigação. “É o compromisso dele com a delação homologada”, disse ao blog o advogado Cezar Bittencourt, que defende Cid no inquérito das joias sauditas.
Segundo Bittencourt, Cid tem "muito o que falar" e vai contar tudo que viveu com o ex-presidente e os fatos do governo Bolsonaro.
Bittencourt adotou, num primeiro momento, a estratégia de negar que Cid fosse incriminar Bolsonaro porque, segundo explicou ao blog:
Ele não ia antecipar estratégia de defesa;
Quem decide se é crime ou não são as autoridades: a Cid, cabe relatar os fatos.
“Não se trata de incriminar A ou B, ele vai contar todos os fatos que viveu com Bolsonaro que lhe perguntarem. Quem vai decidir se é crime são as autoridades”, disse, procurado pelo blog.
Bittencourt repetiu o que já tinha dito em entrevista ao Estudio i na GloboNews — mas, agora, com a delação homologada pelo ministro Alexandre de Moraes: Cid era um assessor, um faz tudo de Bolsonaro que o mandava ‘"resolver as coisas"’. "’Você lembra do Sinhozinho Malta? Então, era assim: vai lá e resolve. Ele fazia o que mandavam".
Ele também reiterou que Cid não ficou com nenhum dinheiro de venda de presentes — e que isso é possível provar por perícias contábeis e informações da Receita Federal.
Ao Estudio i, Bittencourt disse que o dinheiro da venda do relógio foi entregue em espécie para o casal Bolsonaro (Jair e a primeira-dama, Michelle).
egurança e novos anexos
O advogado disse que a prioridade, agora, é garantir a segurança da família Cid, que está muito assustada com a repercussão do caso e também teme por sua segurança, após fechar acordo de delação. A decisão de fazer a delação foi tomada para proteger a família, após o pai e a mulher virarem alvos da PF.
(Blog da Andreia Sadi/G1)