quinta-feira, 24 de abril de 2025

De autoria do deputado De Assis Diniz, Alece aprova projeto de lei que torna Patativa do Assaré Patrono da Cultura Popular Cearense


Em votação ocorrida nesta quarta (23), a Assembleia Legislativa adotou o poeta popular, compositor, cantor e improvisador Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, como Patrono da Cultura Popular Cearense. O projeto é de autoria do deputado estadual De Assis Diniz (PT), 1o secretário da Casa, assinado também por Nizo Costa (PT) e Danniel Oliveira (MDB). “Patativa é uma voz, é mais que um canto ou uma poesia, é a expressão viva da dureza do homem sertanejo. Ele trouxe a realidade campesina para a cidade grande e virou objeto de estudo inclusive na universidade de Sorbonne. Merece todas as homenagens”, ressaltou De Assis. O projeto vai agora para sanção do governador Elmano de Freitas. 

Nascido em 5 de março de 1909, em Assaré, Ceará, Patativa viveu a dura realidade do sertanejo. Filho de agricultores pobres, perdeu a visão de um olho na infância e aos oito anos já enfrentava a enxada na roça para ajudar a família. A educação formal durou pouco, mas não sufocou a chama da poesia. Aos 12 anos, Patativa rabiscava

seus primeiros versos e aos 16, ganhou da mãe a viola que seria sua companheira inseparável. Com ela, ele desbravou o sertão, declamando repentes e cantando as histórias e dores do povo. Aos 20 anos, ganhou o apelido "Patativa", em homenagem ao canto melodioso do pássaro. Em 1956, "Inspiração Nordestina", seu primeiro livro de poesias, deu voz à alma do sertão. Obras como

"Cante Lá que Eu Canto Cá", "Ispinho e Fulô" e "Aqui Tem Coisa" consolidaram Patativa como um dos maiores nomes da literatura popular brasileira. 

Sua poesia, rica em metáforas e linguagem coloquial, abordava desde a seca e a pobreza até o amor, a fé e a esperança do povo sertanejo. Patativa também era um mestre da improvisação, capaz de tecer versos instantâneos sobre qualquer tema. Reconhecido por seu talento, recebeu diversos prêmios e títulos, como o Prêmio Jabuti e a Ordem do Mérito Cultural. Em 1970, foi eleito "Príncipe dos Poetas Nordestinos" em concurso realizado no Recife. Patativa do Assaré faleceu em 8 de julho de 2002, aos 93 anos, deixando um legado inestimável para a cultura brasileira. Sua obra permanece viva, ecoando a voz do sertão e inspirando novas gerações de artistas e poetas.

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