Historicamente, março é o mês com precipitações mais fortes
no Ceará, e o prognóstico da quadra chuvosa da Fundação Cearense de
Meteorologia e Recurso Hídricos (Funceme) acompanhou esse costume. Porém, o
cenário não é bem esse. Desde o último dia 4, os índices pluviométricos do
Estado têm diminuído. A região mais prejudicada é a jaguaribana, onde está
localizado o maior e mais importante açude do Estado, o Castanhão (atualmente
com 3,75% de sua capacidade), e também o Orós.aul Fritz, meteorologista da
Funceme, afirma que mesmo com as previsões favoráveis para este período, é
possível acontecer irregularidades na precipitação mensal. Ele atribui a chuva
escassa à pouca convergência de ventos alísios, massas de ar quente que tendem
a subir à atmosfera e formar chuvas.
“Nem sempre março se comporta com chuva dentro da média
esperada. Neste, em particular, a Zona de Convergência Intertropical diminuiu
muito a atividade convectiva (a capacidade de formar nuvens de chuva) e tem
formado baixa nebulosidade, não permitindo que os ventos se encontrem e fazendo
com que a umidade não alcance altura suficiente para chover”, explica.De acordo
com Fritz, a média histórica de março é de 203 milímetros (mm), mas, até ontem,
12, só foram observados 40 mm (métrica calculada pela Funceme). As regiões com
menos chuvas são justamente as que mais precisam: a do Jaguaribe, com 25,9 mm,
e a do Cariri, com 30,6 mm. Esta última, segundo o meteorologista, é uma
surpresa, pois no mês passado municípios caririenses registraram 295,2 mm. O Povo