Após a eleição das mesas diretoras do Congresso Nacional, parlamentares do PT negociam o comando de comissões permanentes - colegiados responsáveis por analisar projetos e promover audiências públicas -- na Câmara e no Senado Federal.
Nesta semana, as negociações serão intensas para os deputados petistas, que têm uma reunião marcada com a liderança da legenda na 3ª feira (7.fev). Essa ofensiva ocorre porque o partido do presidente Lula está sem comando nas Casas e, por isso, quer garantir força com os colegiados.
Rodrigo Pacheco - reeleito presidente do Senado - é do PSD-MG. Na Câmara, o também reeleito presidente, Arthur Lira é do PP-AL. Mesmo tendo apoio do Executivo para se manterem nos cargos, pode haver algum desalinhamento entre Planalto e Congresso.
A principal mira do PT é a Comissão de Constituição de Justiça, a mais disputada. Além de ter papel fundamental na aprovação de leis, o colegiado tem a atribuição de se manifestar sobre quase todas as questões que passam pelas Casas.
Segundo apurou o SBT News, os parlamentares do PT garantem a vitória da CCJ na Câmara. O partido concorre com legendas importantes, como o União Brasil e o PL, sigla do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, e que tem uma das maiores bancadas. O PT também pleiteia as comissões de Educação, Direitos Humanos e Fiscalização e Controle.
No Senado, além da CCJ, o PT disputará os seguintes colegiados: Relações Exteriores e Assuntos Sociais. A expectativa dos líderes partidários é que os acordos sejam finalizados até o fim da próxima semana. No entanto, a definição da composição das comissões só será confirmada após o carnaval.
A escolha das comissões; entenda:
A ordem de escolha segue a proporcionalidade das bancadas de blocos e partidos.
No Senado, a maior delas é a do bloco Democracia-MDB, União Brasil, Podemos, PDT, PSDB e Rede, que tem 31 senadores.
O segundo bloco é o Resistência Democrática, formado pelo PSD, PT e PSB, com 28 parlamentares.
O bloco Progressistas/Republicanos, que reúne senadores dos dois partidos, tem 10 membros.
O PL, que contabiliza 12 senadores, não se uniu a nenhum bloco.
Tanto a Câmara quanto o Senado terão poucas sessões deliberativas nos próximos dias. As poucas que estão marcadas não prevêem votações importantes. Ou seja: até o carnaval a ordem é negociar e ganhar apoio para conquistar as comissões. E depois da quarta-feira de Cinzas, concretizar as intenções.