A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se manifestou na noite desta sexta-feira, 6, sobre a denúncia de que ela teria sido assediada sexualmente por Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos recém demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o caso vir à tona. Sem citar diretamente o caso, ela elogiou a decisão do governo e criticou quem relativiza os episódios.
“Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que mencionada”, disse ela em nota publicada nas redes sociais. “Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência”, continuou.
Silvio Almeida foi demitido por Lula no início da noite desta sexta-feira, cerca de 24 horas após o portal Metrópoles revelar a existência de denúncias de que ele teria praticado assédio sexual contra Anielle e servidoras do Ministério de Direitos Humanos.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que a instituição abriria um inquérito nesta sexta para investigar a denúncia contra Almeida. Após a repercussão inicial, uma candidata a vereadora de São Paulo relatou ter sofrido assédio sexual do ex-ministro em 2019.
“Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi”, disse Anielle.
A ministra declarou ainda que meninas e mulheres sofrem assédio todos os dias no trabalho, no transporte, nas escolas e dentro de casa. “E posso afirmar até aqui, que o enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo”, continuou.
A ONG Me Too Brasil confirmou ter recebido denúncias de mulheres que teriam sido assediadas sexualmente por Silvio Almeida. Embora afirme ter consentimento das vítimas para expor o assunto, a entidade não divulgou os nomes das mulheres para protegê-las.
(Estadão)