Por Francisco Leopoldo Martins Filho
Advogado
Membro Efetivo da Comissão Eleitoral da OAB/CE
Nos últimos anos, muitas cidades têm assistido a um cenário político marcado por discursos inflamados, polarização e disputas pessoais que pouco contribuem para resolver os problemas reais da população. É legítimo que o cidadão se manifeste diante de suas dificuldades, mas transformar a política local em um constante campo de batalhas emocionais não leva à solução — apenas à estagnação.
O eleitor já começa a perceber que indignação sem proposta não transforma a realidade. Cresce o desejo por uma liderança nova, preparada, comprometida com resultados concretos e com uma gestão baseada no diálogo, na competência e na ética.
Esse novo perfil político precisa ter uma visão desenvolvimentista e humanizada. É necessário enxergar o município como um espaço vivo, com potencial produtivo, cultural, social e ambiental. Desenvolvimento, aqui, significa mais do que obras de fachada: é gerar empregos, valorizar a educação básica, garantir saúde de qualidade, fortalecer o comércio local, cuidar da mobilidade urbana e incluir os mais vulneráveis.
Para isso, é fundamental ouvir as demandas reais da população. O bom gestor sabe que a escuta ativa — por meio de consultas públicas, participação comunitária e presença nos bairros — é o ponto de partida para políticas públicas eficazes. Não se governa com distanciamento, nem com promessas genéricas. Governa-se com proximidade, dados concretos e compromisso com resultados.
No entanto, escutar não basta. É preciso também romper com o clientelismo, que ainda é entrave em muitas administrações locais. A velha prática de trocar favores por votos, de usar a máquina pública como moeda de barganha, precisa ser substituída por uma gestão transparente, técnica e baseada no mérito. A boa política exige respeito ao dinheiro público e compromisso com o interesse coletivo, não com acordos de ocasião.
A cidade que queremos só será possível com planejamento estratégico, inovação, valorização das pessoas e seriedade na condução dos recursos públicos. O que se espera hoje não é um político que grite mais alto, mas que saiba propor, escutar, executar e cuidar.
É hora de superar a política do barulho e abraçar a política que constrói. Nossa cidade merece mais do que divisões: merece soluções.