quarta-feira, 29 de maio de 2019

Flávio Bolsonaro apresenta novo pedido de habeas corpus contra quebra de sigilos, diz jornal


O senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), tenta pela terceira vez bloquear na Justiça as investigações do Caso Queiroz. De acordo com informações obtidas pelo jornal Folha de S. Paulo, o parlamentar apresentou um novo pedido de habeas corpus contra a decisão judicial de quebrar sigilos bancário e fiscal dele e do assessor, Fabrício Queiroz.

A medida foi impetrada na semana passada ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TR-RJ). No último dia 24 de abril, o juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, atendeu pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e autorizou o avanço das investigações.

Além de Flávio e de seu ex-assessor, tiveram o sigilo bancário quebrado a mulher do senador, Fernanda Bolsonaro, e uma empresa deles, Bolsotini Chocolates e Café Ltda. As duas filhas de Queiroz, Nathalia e Evelyn, além da mulher dele, Márcia, também terão suas movimentações bancárias investigadas. A quebra de sigilo bancário foi autorizada no período que vai de janeiro de 2007 a dezembro de 2018.

Filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, Flávio passou a ser investigado após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar movimentação financeira considerada atípica na conta corrente de Queiroz. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo. O relatório do Coaf apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta do ex-assessor - entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

Outros 88 funcionários ou ex-funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro, da época em que ele era deputado estadual no Rio de Janeiro, também terão seus dados bancários analisados. Entre eles estão Danielle Nóbrega e Raimunda Magalhães, irmã e mãe do ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado como um dos líderes do Escritório do Crime, uma das principais milícias do Rio.

Em entrevista exclusiva ao Estado publicada em 12 de maio, Flávio Bolsonaro criticou a investigação do MP-RJ e disse que estava sendo perseguido. "Para que esse pedido, se meu extrato já apareceu na televisão? Eles querem requentar uma informação que conseguiram de forma ilegal", disse.

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