quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Incêndio na encosta da Chapada do Araripe atinge roçado em comunidade

Um incêndio de grandes proporções foi registrado na encosta da Chapada do Araripe, nesta terça-feira (9), próximo à comunidade Baixio das Palmeiras, na zona rural do Crato. As chamas atingiram pastos, roçados, matou animais e causou prejuízos em fazendeiros e pequenos criadores.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, cerca de 27 a 30 hectares de mata foram atingidos. O fogo começou por volta de 9h30, no Sítio Monteiro, e foi controlado durante a tarde.
Os moradores fizeram o que puderam para tentar debelar as chamas e salvar seus animais. Baldes, garrafas e carros-pipa foram utilizados para conter a avanço do fogo até a chegada do Corpo de Bombeiros, às 11h30. Segundo o Sargento Reginaldo da Silva, a equipe demorou a ser acionada pois a população acreditava que poderia controlar o incêndio, contudo, o vento, a vegetação seca e o capim alto espalharam rapidamente. “Foi chamada a Guarda Municipal, uma equipe de Juazeiro para tentar controlar”, conta o oficial. 
O Corpo de Bombeiros impediu que as chamas atingissem com maior proporção as comunidades vizinhas de Santa Rosa e a sede homônima do distrito Baixio das Palmeiras. Às 16h, a equipe voltou para a cidade para reabastecer o caminhão e retornar com mais equipe, pois ainda haviam muitos focos em outras localidades. “Nossa rapidez no atendimento evitou que atingisse casa, animais. O bem maior são vidas. A mata a gente vai tentar proteger a mata também”, garantiu o Sargento Reginaldo. Ainda não se sabe a causa do incêndio. 
No entanto, a agricultora Marilza Almeida, do Sítio Monteiro, contesta a agilidade do atendimento dos oficiais. Ela conta que ligou muitas vezes para o Corpo de Bombeiros que só atendeu uma hora depois do início do incêndio. “A gente estava com medo que o fogo invadisse as casas, o vento estava forte”, conta. Sua casa ficou com fogo dos dois lados e acabou perdendo todas as bananeiras plantadas em seu quintal. “Foi um desespero muito grande”, completa.
A angústia também foi compartilhada pela agricultura Maria Lucineide da Silva, da comunidade vizinha do Oitis, que teve que conter o fogo por conta própria. “Foi desespero, aflição. A gente quer salvar os animais, os idosos. Ainda bem que comunidade chega junto. O pasto foi embora. Ainda chegou animal a ser queimado”, descreve. Ela e outras duas idosas inalaram muita fumaça, que causou dores de cabeça e problemas na garganta. 
Na comunidade do Monteiro, ainda foi registrado um acidente causado pela falta de visibilidade na estrada com a fumaça. Um homem de moto acabou atingindo um carro, mas só teve escoriações. Além disso, um fio de alta tensão despencou de um poste, assustando a população. Por precaução, a energia elétrica no distrito foi cortada por algumas horas, mas o dano foi reparado na mesma tarde. 
O fazendeiro Francisco Alidailton Rocha teve quase todo o pasto consumido pelas chamas. Sem ter como alimentar os animais, alguns deverão ser vendidos. O gado ainda conseguiu ser resgatado, no entanto, alguns cavalos raça ainda não foram encontrados. Ele acredita que os equinos morreram queimados. Além disso, cerca R$ 40 mil em estacas que seriam usados no cercado do terreno foram perdidos no incêndio. “O meu prejuízo e dos meus vizinhos não tem como somar não. Todo mundo foi prejudicado”, lamenta.

(DN)

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