segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Violência no Ceará é destaque em debate dos presidenciáveis



O Ceará foi lembrado mais de uma vez pelos altos índices de homicídios no terceiro debate dos presidenciáveis, transmitido pelo Twitter do Estadão, pela Rádio Jovem Pan e pela TV Gazeta na noite de ontem. Os candidatos Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT) atribuíram o problema a facções do Rio de Janeiro e de São Paulo. A primeira a lembrar da situação do Ceará foi Marina Silva, da Rede.
Geraldo Alckmin (PSDB) também disse, durante o debate, que os cearenses seriam beneficiados por suas propostas para a segurança pública. Jair Bolsonaro não participou do programa porque ainda se recupera de facada sofrida na última quinta-feira, 7, durante ao de campanha em Juiz de Fortaleza (MG). O PT também não teve representante.
"No nosso querido estado do Ceará, o número de homicídios dobrou nos últimos 10 anos. Você (Ciro) sabe que é impossível enfrentar esse problema sozinho sem o governo federal (...) Qual sua proposta para o grave problema da violência que ceifa 63 mil vidas por ano?", perguntou Marina a Ciro, em uma sutil crítica ao candidato por quem briga pelo segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto.
O período de tempo apontado pela candidata foi governado por aliados do pedetista, entre eles o irmão Cid Gomes, hoje candidato ao Senado pelo PDT. "É inadmissível que os criminosos exportem o crime", completou Marina.
"Minha ideia é dar conteúdo prático a um sistema único de segurança pública. (...) Facções sediadas em São Paulo e no Rio de Janeiro se espalharam pelo Brasil, determinando de dentro da cadeia de RJ e SP a mortandade de pobres, negros, caboclos, Brasil afora", respondeu Ciro, evitando mencionar o Ceará. Ele defendeu ainda o uso de tecnologia e inteligência para o combate ao crime.
"O maior produto de exportação de São Paulo é o crime. O Ceará de Ciro Gomes sofre com o crime organizado de São Paulo", disse Meirelles, em crítica a Alckmin. O tucano teve semana de embate com o presidente Michel Temer (MDB), do partido de Meirelles. Alckmin irritou o Planalto ao tentar se desvincular do atual governo.
"Vamos ajudar todos os estados, não é só o Ceará não", rebateu Alckmin ao falar de proposta de sistema integrado de segurança pública e da guarda nacional permanente. Embora Bolsonaro seja considerado o candidato mais ligado ao tema da violência, a criminalidade continuou a pautar o debate, mesmo com a ausência do postulante do PSL. Todos os adversários lamentaram o episódio de violência contra Bolsonaro, apesar de admitirem que discordam politicamente.
Bolsonaro costumava liderar as menções nas redes em debates e, ontem, deu lugar a Ciro. O pedetista foi o mais mencionado nas redes sociais durante o programa da TV Gazeta, com comentários tanto positivos quanto negativos. De acordo com apuração do O POVO a partir da hashtag oficial do debate #GazetaEstadaoJP, a maioria das menções tinha caráter positivo.

(O Povo)

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