quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Candidatos à presidencia recusam reunião para unir o centro


Uma reunião com candidatos à Presidência da República para discutir a possibilidade de formar uma chapa única de centro, prevista para acontecer nesta terça-feira, 25, em São Paulo, acabou sendo cancelada após a desistência dos presidenciáveis. O encontro estava sendo articulado por um movimento intitulado "Não aos Extremos", que tem como um de seus integrantes o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr.
À reportagem, o jurista disse que a ideia era promover um encontro entre os candidatos para combater o que ele chamou de "os extremos" das eleições, numa referência a Jair Bolsonaro, candidato do PSL, e o petista Fernando Haddad. "Queremos estabelecer um governo único e um plano de governo com vários candidatos governando juntos. Ainda pensamos que essa união é possível", afirmou ele. "Queríamos (com essa reunião) um entendimento em torno de pontos fundamentais e um plano de ação. Estamos em um momento em que é importante esses candidatos se conscientizarem e atenderem esse desejo da sociedade civil (de união)."

Não é a primeira iniciativa no sentido de tentar unir os candidatos do centro político. Em junho passado, por exemplo, um grupo de lideranças políticas encabeçadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) lançou um "Manifesto por um polo democrático e reformista". O gesto coincidiu com o crescimento de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto.

Reale Jr. também assina o documento "Pela democracia, pelo Brasil", lançado neste final de semana por um grupo que inclui intelectuais, juristas, artistas, esportistas e empresários. Neste caso, porém, o foco exclusivo é a candidatura de Bolsonaro, considerada uma "ameaça franca" ao "patrimônio civilizatório".

Segundo ele, as negociações na tentativa de organizar a reunião "foram difíceis". "De início, alguns aceitaram e outros, não." O jurista disse que houve uma reunião virtual prévia entre assessores das campanhas. "Muitos candidatos se sensibilizaram com a ideia de uma 'concertação', um governo compartilhado. Espero que essa ideia ainda possa prosperar."

Entre os consultados para a reunião, estavam Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Alvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB). Somados, os quatro tiveram 17% dos votos na pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada na segunda-feira, 24. Líder isolado, Bolsonaro apareceu com 28%, seguido por Haddad, com 22%. Ciro Gomes (PDT) tem 11%.

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