segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Eleições 2018: alianças de última hora


Eram 23h54 de domingo (5) quando tocou o telefone no diretório nacional do PT, em São Paulo. Do outro lado da linha, representantes do PCdoB afirmavam que o partido tinha aceito a proposta petista e estava informando a Justiça Eleitoral da retirada da candidatura de Manuela D’Ávila, para a formalização de uma coligação com o PT, o Pros e o PCO em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A pressa dos petistas para fazer o mesmo e incluir o PCdoB nas suas deliberações tinha uma razão de ser: técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entenderam durante a última semana que à 0h desta segunda-feira — após o período de convenções, portanto — não seria mais possível indicar vices nem incluir coligações.
Resolvidos os trâmites burocráticos, dirigentes das legendas fizeram um anúncio conjunto. A candidata a vice do PT será Manuela, mas, até que a situação jurídica do ex-presidente esteja “regularizada”, o nome que será registrado é o do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. O discurso é que, escalado como “representante” de Lula, Haddad precisará estar registrado como vice para ter a legitimidade de falar em nome da candidatura.
Na prática, a escolha de “dois vices” é a preparação para um anúncio que deve vir no próximo mês, quando a candidatura de Lula provavelmente será barrada na Justiça Eleitoral, uma vez que ele foi condenado em segunda instância e, portanto, se enquadra na Lei da Ficha Limpa. Nesse momento, o PT deve promover Haddad para a cabeça de chapa e incluir Manuela como sua candidata a vice-presidente.
O anúncio dos petistas encerra a longa novela que marcou a escolha dos vices nas chapas presidenciais de 2018. Além de Haddad/Manuela com Lula, foram conhecidos neste domingo os companheiros de chapa de Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB) e Jair Bolsonaro (PSL), que serão, respectivamente, a senadora Kátia Abreu (PDT), o ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto (MDB) e o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB).
A escolha não representou, para Ciro e Meirelles, a aquisição de uma nova aliança. Como ambos são de partidos tradicionais e fecharam apenas coligação com legendas muito menores (Ciro com o Avante; Meirelles com o PHS), a escolha de soluções caseiras se tornou natural. O PDT ainda tinha esperança de romper a neutralidade do PSB, mas, diante da impossibilidade desse acerto, optou pelo nome de Kátia, ex-ministra da Agricultura no governo de Dilma Rousseff (PT).
Já Meirelles e o MDB, antes de buscarem Rigotto, sondaram a ex-prefeita e senadora Marta Suplicy sobre a possibilidade. Na sexta, Marta anunciou que não disputaria a eleição para nenhum cargo neste ano e que estava se desfiliando do MDB. Com a recusa, o nome do ex-governador surgiu como alternativa para a candidatura do partido.
Além do PDT e do MDB, dois nanicos anunciaram no final de semana chapas puras: o Patriota lançou como candidato à Presidência o deputado federal pelo RJ Cabo Daciolo (cuja vice será a pedagoga Suelene Balduino); o PPL vai para a disputa presidencial com João Goulart Filho como cabeça-de-chapa e o professor Léo Alves de vice.
(Veja Online)

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