quarta-feira, 25 de abril de 2018

Alckmin: PSDB impaciente com mau desempenho

Josias de Souza
Os congressistas do PSDB estão inquietos com o mau desempenho de Geraldo Alckmin. Numa tentativa de acalmá-los, o presidenciável reúne-se nesta quarta-feira, em Brasília, com as bancadas do tucanato na Câmara e no Senado. A preocupação de deputados e senadores aumentou depois da divulgação da última pesquisa do Datafolha, que atribuiu a Alckmin entre 7% e 8% das intenções de voto, dependendo do cenário. A sondagem revelou que, além de permanecer abaixo dos dois dígitos, Alckmin começa a derreter em São Paulo.
Um dos parlamentares que se encontrarão com o candidato resumiu assim o drama: “São Paulo é a largada do Alckmin. Se ele não consegue largar bem, não tem como ganhar nenhuma corrida.” Em São Paulo, informou o Datafolha, Alckmin (16%) está empatado numericamente com Jair Bolsonaro (16%) e tecnicamente com Marina Silva (13%). Algo muito ruim para alguém que acaba de deixar o governo do Estado na condição de pessoa que mais ocupou a poltrona desde que o Brasil era colônia de Portugal.
Os congressistas pretendem manter com Alckmin uma conversa franca. Dirão, por exemplo, que o presidenciável tucano precisa anestesiar o conflito entre os dois candidatos ao governo paulista que dividem sua base eleitoral: o governador Márcio França (PSB) e o ex-prefeito João Doria (PSDB). Parte da bancada avalia que Doria continua na tocaia, à espera de uma oportunidade para substituir Alckmin como postulante ao Planalto.
Não se sabe, por ora, se Aécio Neves participará da conversa desta quarta. Sem ele, ficará mais fácil discutir a encrenca de Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país depois de São Paulo. Na frigideira, o senador mineiro foi transformado em réu pelo STF na semana passada. E Alckmin elevou o fogo da fritura ao declarar que considerava evidente a falta de condições de Aécio para levar o rosto às urnas em 2018. Dois dias depois, o Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para apurar se houve improbidade nos repasses de R$ 10,3 milhões da Odebrecht para campanhas de Alckmin.

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