sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Audiência Pública no Crato discute Reforma da Previdência



As alterações na Previdência Social brasileira pretendidas pelo Governo Federal foram discutidas na primeira Audiência Pública da 28ª Legislatura da Câmara Municipal do Crato. O encontro ocorreu na manhã desta quinta-feira (23) no auditório da escola de educação profissional Maria Violeta Arraes.
Trabalhadores e representantes de quatro sindicatos - trabalhadores rurais, comerciários, bancários e servidores municipais – participaram da audiência proposta pelos vereadores Amadeu de Freitas e Pedro Lobo, ambos do PT.
“Foi cumprido o nosso papel que era de mobilizar a sociedade, discutir e debater com as representações da sociedade civil organizada, para que pudéssemos sair daqui com uma agenda para o mês de março para mobilizarmos a sociedade sobre os efeitos negativos desta reforma que tem no seu bojo a retirada de direitos dos trabalhadores, tanto do campo como da cidade”, avalia Pedro Lobo.
Secretária de Políticas Sociais da Fetraece (Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará), Cícera Vieira afirma que a proposta de Reforma da Previdência impacta profundamente a classe de trabalhadores, especialmente, segundo contra, os trabalhadores rurais da Região Nordeste.
“Uma proposta que impacta muito é a questão da aposentadoria”, alerta Cícera. “Atualmente, os trabalhadores rurais se aposentam homens aos 60 anos e mulheres aos 65. A proposta do governo coloca para 65 anos seja homem ou mulher e, além de aumentar dez anos, desconsidera a jornada de trabalho colocando trabalhador e trabalhadora em pé de igualdade”.
Ainda segundo a sindicalista, estudos apontam que mulheres trabalham cerca de 42 anos para se aposentar e homens 46 anos no atual regime da Previdência. Para ela, caso a reforma seja aprovada, a atuação profissional aumentaria consideravelmente esse tempo.
“Essa proposta que o governo apresenta desconsidera a realidade do trabalho do homem do campo, a forma que ele tem para arrecadação para sua soberania alimentar, a renda per capita do trabalhador e trabalhadora rural. É uma forma de desigualdade que o governo apresenta”, adverte.
A audiência ainda recebeu opiniões, como da vereadora Vicência (PMN). Segundo a parlamentar cratense, a reforma prejudica tão somente o trabalhador, notadamente o rural. Secretário de Agricultura e Pecuária do Crato, Zilcélio Alves disse notar certo marasmo de sindicatos, entidades e classes sociais em se posicionarem contra a proposta de reforma.
Já para a ativista Valéria Carvalho, as informações repassadas durante a audiência “precisam ser levadas para a rua para que as pessoas possam se conscientizar”. Neste sentido, ações serão desenvolvidas durante o mês de março e já nesta durante o período de carnaval.
(Assessoria de Imprensa)

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