quarta-feira, 25 de março de 2015

PF prende empresários e servidores da Caixa no Ceará por rombo milionário

Até avião foi adquirido pelo dinheiro fraudado. (Foto: Divulgação)

A Polícia Federal prendeu ontem (terça-feira, 24), um grupo formado por empresários, servidores da Caixa Econômica Federal e “laranjas”, que teriam provocado um prejuízo de pelo menos R$ 20 milhões ao banco, por meio de fraudes em contratos de financiamento. Segundo os responsáveis pela Operação Fidúcia, o valor pode chegar a R$ 100 milhões. A PF cumpriu 56 mandados expedidos pela 32ª Vara da Justiça Federal, sendo cinco mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária e 14 de condução coercitiva, para prestar depoimento.
Segundo o delegado regional de combate ao crime organizado, Wellington Santiago, o esquema contou a participação de servidores que ocupam cargos de gerência em quatro agências da Caixa em Fortaleza. “São pessoas que realmente detêm poder de decisão em torno desses financiamentos, que eram obtidos sem as devidas garantias e fundados em documentação falsificada”, disse em entrevista coletiva. Sem citar nomes, o chefe da Operação Fidúcia, Gilson Mapurunga, disse que há gerentes gerais envolvidos.
Na operação, foram cumpridos também 25 mandados de busca e apreensão, que resultou na apreensão de carros de luxo como Porsche, Maserati, BMW, Mercedes, quantias em dinheiro e de uma aeronave de pequeno porte. De todos os mandatos, apenas dois foram cumpridos fora do Estado, sendo um de prisão temporária em Natal (RN), e um de prisão preventiva no Rio de Janeiro (RJ). Ao todo, 28 pessoas físicas e jurídicas tiveram as contas bloqueadas e bens indisponíveis. “O poder econômico dos altos escalões da quadrilha é bem expressivo”, disse Santiago.
As investigações da PF tiveram início em março do ano passado, após uma auditoria da própria Caixa ter constatado a fraude que, nas palavras de Gilson Mapurunga, era visível a “olho nu”. Ele diz que as empresas tomadoras de empréstimos utilizavam o mesmo endereço utilizado na documentação falsa e muitas delas foram abertas em nomes de “laranjas” com baixo poder aquisitivo. “Transitou por essas contas valores bem expressivos. E grande parte foi carreada em beneficio do grupo empresarial”.
O esquema teria funcionado de janeiro de 2012 até meados de 2013, mas o processo de lavagem de dinheiro continua sendo executado. “Um dos alvos (da operação), hoje mesmo ia viajar aos Estados Unidos, a gente tem a informação de que ele iria adquirir outro imóvel lá”, disse Mapurunga. Com relação aos prejuízos causados à Caixa, a expectativa da PF é de que o valor chegue a R$ 100 milhões, conforme o avanço das investigações.
“Um dos que foram presos hoje, do núcleo empresarial, só em duas contas que abriu com nome falso, movimentou R$ 99 milhões em um ano e 11 meses. Inclusive adquiriu bens no exterior. Isso ratifica o entendimento de que o valor desviado da Caixa foi bem maior do que a gente pensava inicialmente”.
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